Com o ferro quente nas mãos
aliso as marcas de tuas mentiras
na seda do dia a dia
Vou passando a limpo os desencontros,
tirando rugas que, inevitáveis,
tornarão a aparecer depois da próxima lavada
O aspirador engole meus gritos
junto com as migalhas do que sempre resta
O longo duto da lixeira
leva em suas entranhas o que sobrou, azedo.
A máquina de lavar chacoalha idéias fixas
Na geladeira congelo ilusões
E no fogão a alquimia se restaura,
temperada com o sal das lágrimas
e a doçura dos olhares que te lancei
A faina que me desgasta, dia após dia,
Não rouba de mim a menina que nunca deixei de ser.
Amor rebelde que a cangalha cotidiana não dilacera,
Fêmea ardente que a louça suja não encobre
E o sonho...
O sonho...
terça-feira, 6 de outubro de 2009
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